domingo, 23 de outubro de 2016

Só você e eu

Se meus anseios,
Encostam em teus seios,
Sinto teu cheiro,
Vibro, estremeço
E no teu leito eu me aperto
Sem reserva me entrego,
Sem ter pressa, nem final.
Entre os vãos de tuas pernas,
Tão estreito, quente e úmido
Perco rumo, com razão.
Em tua boca tão carnuda,
Me invade e me desnuda,
Sou teu réu, nesta insana paixão.
Mesmo assim, sou preza fácil,
Faço em ti o meu regaço,
E um dia num abraço,
Seja só você e eu.

João Bosco Tavares


sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Naufrágios cotidianos

Alma crua e nua, Exposta e latente, Tocada feito ferida Pulsa... Doida, dolorida, Desanda... Perde-se em mar revolto, Causando desmandos Na frágil carne Embebida de desejos. Treme as pernas, Tremula, paralisa, Engessa, Saltando. Ela impressa na derme Frisos latejantes de dor, Nociva e sórdida incompreensão Que não alcançam o cais... Onde a alma apenas almeja descansar...