terça-feira, 27 de dezembro de 2011



Antídoto

João Bosco Tavares



O amor deveria ter endereço;
E a dor...
Esta, um antídoto;
Mas enquanto o amor não se instala;
Vou buscando a cura desta dor sem cura.

sábado, 24 de dezembro de 2011

À NOITE


À noite, gera monstros;
A saudade abre as portas;
O riso abandona os lábios;
E a gente fica a mercê do vácuo.
E o resto é vazio e solidão.

Faz parir em mim um gosto;
Mesmo que este se faça no desgosto;
Sem gosto de mel;
Seja fel;
Seja um véu;
Branco;
Transparente ou indecente;
Mas que revele;
Um sabor;
Ou cor;
Tanto faz!
Me desfaz!
Se possível faz-me;
Simplesmente
Rir de mim.

João Bosco Tavares

HABITAR-TE


Se pudesse escolher meu destino;
Optaria por ser sangue em tuas veias;
Habitar em cada recanto obscuro que possa haver em ti.
Faria seu coração pulsar com intensidade;
Circularia seu corpo inteiro sem amarras;
Daria tom a sua pele;
Ferveria de raiva em você;
Amansaria seu coração nas horas de dor.
Faria em ti minha eterna morada;
Meu templo e meu altar;
E quando você se permitisse ser amada
Eu seria a vida que jorra em ti;
E você me daria o nome de prazer.

João Bosco Tavares de Lima

NATAL

Não!
Nem sempre é natal;
É gasto;
É consumo;
A manjedoura denuncia a ausência do Criador.
Vejo o brilho do ouro;
Sinto o cheiro do incenso;
Enxergo a raridade da mirra;
Mas Jesus?
Onde esta?
Os Reis o levarão?
Não! Não!
Acende as estrelas;
Retome a razão;
É natal!
Olhe atento;
Consuma amor;
Veja!
Sinta!
Enxergue!
O brilho;
O cheiro;
E a raridade;
Do pequeno menino nosso redentor;
CRISTO NOSSO SENHOR;
Que nasce como nosso único e verdadeiro salvador.
Quero ser ventre;
Faz parir em mim o menino DEUS.
Amém...