segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Solto

Solto nesta babel, 
Sigo os trilhos do tempo,
Invento meus versos,
Que de tempo em tem tempo,
Fiam meus sentidos.

A tanta estrada,
Pra tão poucos pés,
A tanto afetos
Distantes do amor

Enquanto isso,
Fabricam um mundo,
Miúdo demais,
Sem noites de estrelas,
Sem ventos de paz.

Tão solto no munto
Me lanço a caminho,
Por novos destinos,
Embarco os meus sonhos
Onde a vida e amor tem cheiro de mar.

Joao Bosco Tavares
Sôdade...

Sôdade é sentimento granado 
Cultivado no quintá
É terra mechida a mão.
É semente, é grão,
É ninho de pardal,
É cor no varal,
É cabelo com laço de fita,
É banho de tina,
Sôdade é doce caramelado,
É viagem ao passado,
É conversa na varanda,
É noite de dança
É um tanto de planta,
É fruta de pomar,
É pipa pairando no ar.
Sôdade é caminho,
É trilha, é destino,
É vento e mar
É flor no alpendre
É riso de contentamento,
É uma porção de desapedo
É menina com boneca a brincar
Sôdado mesmo é o que sinto,
Quando ainda era menino,
É abraçava o destino,
Sem o peso que tempo,
Na estrada da vida tratou de criar.
Sôdade eu sinto...
Sôdade eu sinto...
De tudo isso que é boa verdade
Que o tempo não pode apagar.
Que ainda hoje não deixa de gritar
Na fornalha do meu coração.

Joao Bosco Tavares

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Oração cantada para o vento

Trilhamos caminhos de muitos encontros,
Uns geram versos com claves de sol,
Cantigas e rimas de sonhos e dores,
Que levam no vento o som de uma voz,

Que canta e desperta tantos sentimentos,
Que gritam e oscilam de contentamento,
Que cantam suaves sutis orações,
Que mexem com corpos inertes e a sós,

Sedenta a garganta, sorve a melodia,
Da nossa canção feita para acariciar,
É quase silencio quando a melodia
Consegue com jeito tua alma alcançar.

sábado, 13 de agosto de 2016

Quando menino,de pé no chão e sorriso largado,
Caminhava livre, feito colibri ao vento,
Já nasci sem pedigree,
Sem compromisso com o peso 
E os lamentos de existir.
Era apenas um menino,
Sem amarras com o destino,
Que cresceu pra ser feliz, 
E assim quis Deus menino,
Meu menino acariciar,
Cada vez que no meu rosto
o seu vento fez soprar.