sábado, 27 de setembro de 2014

A vida

A vida é um poema que persiste com a delicadeza com que te entregas ao caminhar
A cada suspiro a sempre algo tangível insistindo em brotar
Aflora às vezes em verde ou lilás é dura ou afável, avessos que se atraem
É linha instável é bússola sem norte é veleiro ao vento em busca de cais

A vida tem cheiro, tempero inócuo, nutre a quem confiante se dá
Nas noites te banhas de estrela ou luar e te entregas ao sono pra poder sonhar
Serena a brisa vem nos abraçar e o corpo inerte se põe a dançar
O mundo teimoso prossegue a girar e a gente persegue a palavra amar

No vácuo ha o excesso que não estamos prontos para nominar
É denso, viscoso é vida a jorrar é incógnita aos olhos que não podem alcançar 
É na fé que transcende o que habita escondido é no abraço que morre a desilusão
E do sangue que um dia jorrou de seu lado é que tornou possível crer na salvação.
A vida é poema distraído, sorriso descontraído e coragem no coração.