segunda-feira, 1 de abril de 2013

Desabafo

Por vezes na minha compreensão rasa do amor, me vejo mergulhado em meus medos, incertezas, descrenças e devaneios, ali, afundando-me, afogo e numa tentativa desesperada deixo emergir dali minha face mais desprezível e sombria, vestida de vaidade e trazendo como adorno e escudo, minha intolerância, minha soberba, minha tirania para com meus semelhantes. Vejo-me vil, infinitamente vil a ponto de vilipendiar minhas verdades mais intimas e por não abraçar o que me nutre e gera vida em abundancia.
Preciso compreender o amor, pois quem não compreende o amor não sabe amar, não por incapacidade, mas por falta de desprendimento.
Preso...
Esta é a palavra que me afasta do amor, ainda estou acorrentado a tudo a minha volta, acho que me falta quebrar correntes para poder experimentar o sabor do vento e a liberdade de flutuar, quem sabe assim, não deixarei de sentir estas correntes roçando-me os tornozelos, deixando está estranha marca de desentendimento na alma.

Joao Bosco Tavares